A troca de equipamentos em 386 indústrias nacionais é a principal medida para eliminar o consumo de hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), usados na manufatura de espumas e em aparelhos de refrigeração e ar-condicionado.
Essa substância, um composto de carbono, hidrogênio, cloro e flúor, foi criada como alternativa menos danosa ao clorofluorcarboneto (CFC), usado também em aerossóis, e que teve o consumo banido em 2010.
Além de destruir a camada de ozônio, os HCFCs contribuem 2 mil vezes mais para o aquecimento global que o dióxido de carbono (CO2).
A eliminação de HCFCs está prevista para 2040, segundo meta do programa brasileiro estabelecido com base em compromissos internacionais. A expectativa do governo é alcançar a meta antes do prazo estabelecido. "Queremos antecipar, como fizemos com o CFC", disse a ministra Izabella Teixeira.
O dinheiro para a alteração tecnológica nas fábricas sairá de um fundo de investimento de US$ 19,5 milhões para a implementação do Protocolo de Montreal e operado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e pela Agência de Cooperação Internacional Alemã.
Os investimentos garantiriam a adaptação da indústria sem perda da competitividade, destacou a ministra do Meio Ambiente. Multinacionais que atuam no País assumiram o compromisso de investir mais US$ 14 milhões para financiar a conversão tecnológica de suas fábricas.
O Programa Brasileiro de Eliminação dos hidroclorofluorcarbonos prevê para 2013 o congelamento do consumo na média verificada entre 2009 e 2010 (a maior da História). Até 2015, final da primeira fase do programa, a meta é eliminar 17% do consumo, o que equivale a aproximadamente 5 milhões de toneladas de gases de efeito estufa, medidas em carbono equivalente.
O programa de troca de equipamentos começará pelo setor de produção de espumas, o que tem o maior potencial de destruição da camada de ozônio. O Ministério do Meio Ambiente registra também o vazamento de gases HCFCs de equipamentos de refrigeração instalados em supermercados.